sábado, fevereiro 16, 2008

Matéria O Liberal - 13/02/2008

Edição: Ano LXII - nº 32.022
Belém, Quarta, 13/02/2008

Magazine


Associação de documentaristas exige respostas

OLYMPIAPresidente acusa a Prefeitura de não cumprir acordo para o uso do cinema.
A produção de audiovisual no Estado pede socorro para garantir projetos que possam concretizar curtametragens e documentários de autores paraenses: a manutenção do Cine Olympia como espaço para veiculação desses trabalhos, diante do término, este ano, do contrato entre o Grupo Luiz Severiano Ribeiro, proprietário do imóvel, e a Prefeitura de Belém, e, ainda, a necessidade de uma política pública concreta para esse tipo de expressão artística por parte do Governo do Estado. O brado parte do cineasta Afonso Gallindo, presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas - Seção Pará (ABD-PA), entidade que reúne 122 associados.
Os projetos foram encaminhados ao poder público pela associação, segundo Gallindo, como parte de um conjunto de ações do Bloco Norte da ABD. 'Para este ano, nós, da ABD PA, queremos um posicionamento da Prefeitura sobre o Cine Olympia e reivindicamos ao Governo do Estado uma política pública concreta para o audiovisual. Há dois anos, foi fechado um contrato entre o Grupo Luiz Severiano Ribeiro e a Prefeitura para manutenção do Cine Olympia. A ABD PA propôs que o cinema funcionasse como um espaço multiuso de audiovisual, mas hoje está como um centro de convenções, e isso foge do foco acatado pela Prefeitura'.
Uma portaria da Prefeitura de Belém determinou que a Associação faz parte de um conselho consultivo sobre o funcionamento do Cine Olympia. 'Mas a ABD PA nunca foi consultada, e nós temos procurado um posicionamento sobre o espaço e ficamos sem resposta da Prefeitura'. Galindo disse estar pensando em acionar o Ministério Público para saber sobre a destinação do Cine Olympia, por ser este o último ano da administração municipal, não estar sendo executado o que foi acordado entre a Prefeitura e o pessoal do cinema paraense. Ele ressalta que o Olympia é considerado como o cinema mais antigo em atividade na América Latina, tendo entrado em funcionamento em 1912. 'O Olympia está para o cinema como o Theatro da Paz está para o teatro'. Resssalta que a proposta de serem promovidos cursos de cinema para professores a fim de viabilizar projetos envolvendo alunos da rede pública ainda não aconteceu. 'Esse pouco caso chega a irritar, porque a ABD PA conseguiu abrir um canal de negociação com o Ministério da Cultura para encaminhar ações para o Olympia, mas o espaço não vem funcionando para fortalecer a produção regional', acusa.
A proposta original discutida com a Prefeitura, segundo ele, abrange a manutenção da sala de projeção no imóvel, funcionamento de uma lojinha na frente do cinema, mauntenção do espaço como uma janela para o cinema nacional, cursos para professores de escolas públicas, reforma do prédio, com espaços para cursos, dança, música e uma videoteca amazônica e reforma técnica envolvendo acústica e equipamentos.


TURNOS


A diretora da Fumbel, Sônia Massoud, informou que pretendia reunir-se ontem com Gallindo para discutir propostas sobre o funcionamento do Espaço Municipal Cine Olympia. 'A prioridade no Cine Olympia é e tem sido para o audivisual, mas o espaço não se restringe ao audiovisual, mas é aproveitado para outras expressões artísticas e culturais'. Sônia afirma que o aproveitamento do espaço se dá por turnos, ou seja, quando não está sendo utilizado para projeção de filmes, o Olympia pode sediar programações culturais. 'No período do carnaval, o hall de entrada do Olympia, por exemplo, foi sede de uma exposição de fotos sobre essa manifestação cultural'.
A Fumbel, como destaca Sônia, está fechando uma programação de audiovisual para março. Sobre as reformas aventadas para o Cine Olympia, a diretora da Fumbel declara que a Prefeitura ainda não dispõe de recursos financeiros para empreendê-las. 'Sobre o contrato da Prefeitura para manter esse espaço municipal, eu digo que a Prefeitura vai renovar para manter esse patrimônio cultural e histórico de Belém, porque a prioridade no espaço é o audiovisual'. Ainda segundo ela, é intenção da Prefeitura dispor de uma sala para a ABD PA no Olympia, como parte do projeto de reforma no imóvel. Para a realização de cursos para professores da rede pública e outras iniciativas de formação de platéia, a Fumbel espera ouvir propostas de seus parceiros no processo de manutenção desse espaço cinematográfico e cultural.
Com relação ao Estado, a ABD PA negocia desde o ano passado propostas para o plano plurianual, envolvendo ações de fomento, produção e difusão, mas até o momento não houve resposta. Entre outras propostas figuram apoio à implantação da delegacia sindical da ABD no Estado; adesão à contrapartida para apoio, mesmo que institucional, do Governo do Estado para a cota de 30% de técnicos brasileiros em produções internacionais e de 30% de técnicos paraenses em produções Internacionais e nacionais no Estado; rediscussão da Lei de Incentivo, visando uma melhor utilização pelo segmento de audiovisual; pleito de editais anuais de produção para ficção, documentário e animação; incentivo à politica de interiorização da associação, englobando cursos, palestras e mostras de realizadores paraenses.

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