segunda-feira, janeiro 12, 2009

Abertas as inscrições para o AMAZONIADOC

“Integrar para não entregar” foi lema de um grande projeto de penetração e ocupação da Amazônia, e não obstante os interesses patrióticos, foi o responsável pela dizimação de muitos grupos primitivos que habitavam a região, prática iniciada ainda na virada do século XIX para o século XX, e que de alguma forma está inconclusa, visto que no alvorecer deste novo século existem grupos que não têm seus direitos respeitados e valorizados inclusive por serem os legítimos donos da terra, e com o passar do tempo vão desaparecendo.

Há que se mostrar, denunciar, cantar e louvar a Amazônia, suas riquezas, sua dignidade, seu povo. Importa mostrar ao mundo e a nós mesmos, nossa cara e nossa gente, nossas características e nossa produção, como forma de unirmo-nos em torno de um ideal, de uma linguagem que possa expressar as nossas múltiplas e diversas facetas.


Há décadas se discute a situação de degradação progressiva que a maior floresta em biodiversidade do mundo se encontra. Isto sem falar nas condições precárias que os amazônidas vivem, não obstante serem ricos por natureza - por habitarem sobre filões de minérios, cercados por uma vegetação que cresce em solo fértil “onde se plantando tudo dá”...


Essa dicotomia tem suscitado movimentações planetárias, e não só no sentido teórico, uma vez que há décadas a região recebe muitos e diferentes olhares, olhares de nacionalidades diversas, que espalmam aquele território, com interesses vários, dividindo opiniões, projetando-o, e nem sempre dando-lhe a importância que tem, mas também vindo ao encontro das preocupações nacionais de utilização sustentável e preservação, a colocar a problemática da manutenção da vida na Terra como assunto prioritário e sempre na pauta do dia!


Nascido sob a motivação de propagar as potencialidades da Amazônia e dos Amazônidas para o mundo, o I AMAZONIA DOC – Festival de Documentários Pan-Amazônicos, pretende promover uma grande amostragem da produção audiovisual da macro-região que se estende por parte de oito países da América do Sul (Brasil, Colômbia, Guiana Francesa, Venezuela, Suriname, Equador, Peru e Bolívia) e que é detentora de uma das maiores riquezas hídricas, biológicas e minerais do planeta e realizar o I Seminário Pan-amazônico de Documentários, com palestras, debates e encontros temáticos sobre as questões sócio-ambientais a partir dos documentários apresentados e das questões suscitadas pelas obras, realizadores e participantes, oferecendo ao público, a primeira edição do AMAZÔNIA DOC.


Além disso, movimenta a economia, o turismo, faz circular informação, proporciona intercâmbio entre artistas, produtores, pesquisadores e estimula a cultura como um todo, especialmente na área cinematográfica.


O I AMAZÔNIA DOC, irá exibir e premiar obras em película e vídeo cuja temática é a defesa da manutenção e da qualidade de vida na Terra.
Estrutura do Festival


O Festival acontecerá durante cinco(05) dias consecutivos e terá a seguinte estrutura de programação:

Período: Abril
Data: de 22 a 26 / 04 / 2009 (Quarta à Domingo)
Locais de exibição: Cine Olympia - Cine Líbero Luxardo – Cine IAP
Sessão de abertura - Teatro Maria Sylvia Nunes no dia 22/04 às 20h
Sessão de encerramento - Teatro Maria Sylvia Nunes no dia 26/04 às 20h
Mostras CompetitivasLongas/Médias/Curtas/Etnográficos
Mostras Paralelas/Animação/Comunidades Tradicionais e Movimentos Sociais

Mostras Itinerantes

Maio / Junho / Julho 2009Marabá-PaSantarém-PaSoure-Pa

Prêmio Amazônia 7
Categorias

Prêmio AMAZÔNIA - Augusto Ruschi* (maior destaque entre as obras)

Prêmio AMAZÔNIA Ouro – Melhor LONGA

Prêmio AMAZÔNIA Prata – Melhor MÉDIA

Prêmio AMAZÔNIA Bronze – Melhor CURTA

Prêmio AMAZÔNIA – Melhor Filme Etnográfico

Prêmio Amazônia Especial - melhor FILME escolhido por júri popular
Prêmio Amazônia Especial - Técnico local

Homenagem especialA uma personalidade do tema-eixo/ano: em 2009 – a definir


Zienhe Castro
Direção Geral - Produção ExecutivaI
Amazonia DocFestival Pan-Amazônicos de Documentários

sábado, janeiro 03, 2009

O cinema digital: uma transfiguração do real?

Por Inês Gil
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

A técnica digital, que hoje faz parte integrante da imagem cinematográfica, limita-se na maior parte dos casos em produzir efeitos que inibem a narrativa. Sedutores para o olhar, a indústria usa-os ao máximo, reduzindo o cinema a um espectáculo, facilmente consumido, rapidamente assimilado e que se torna aditivo como qualquer produto artificial. Como Manovich o analisou, a evolução do cinema a partir da técnica digital tende para um novo media como, por exemplo, no caso de Time Code, realizado por Mike Figgis em 2000. Time Code organiza-se a partir de uma montagem espacial de quatro planos sequência simultâneos; de um sistema de câmaras que se assemelha às câmaras de vigilância; de vários pontos de vista, muito utilizados nos jogos de computador (Manovich, 2001). Não há dúvida que o cinema está a transformar-se, misturando técnicas experimentais com técnicas clássicas. E se a representação do real evolui com a técnica digital, os efeitos criados seguem as regras do cinema clássico: o espectador deve poder acreditar na sua existência e identificar-se com a narrativa (Manovich, 2001). Por isso, a transfiguração do cinema não se encontra no cinema digital “clássico” mas é no cinema analógico que ela se revela, na película tradicional de registo da realidade.

Leia na integra: http://www.bocc.ubi.pt/pag/gil-ines-cinema-digital-transfiguracao-real.pdf

Fonte: http://www2.eptic.com.br/eptic_es/