terça-feira, junho 14, 2011

Resultado Diálogos Audiovisual Belém

Caros amigos, é com alegria que compartilhamos o sucesso do Diálogos Audiovisual, realizado no auditório do Insituto de Artes do Pará, na manhã desta segunda-feira, 13 de junho.



Com o auditório completamente lotato, a Secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Ana Paula Dourado, foi não apenas atenciosa, mas segura, transparente e solidária às questões levantadas pelos participantes. Ao todo 18 pessoas, entre realizadores, cineclubistas e produtores, direcionaram palavra, fizeram perguntas e apresentaram propostas.  



A ABDeC-Pa oficilizou suas proposições em documento enviado ontem  a Secretária, após a reunião. Neste documento, além de nossas colocações elencamos ainda algumas das pontuações mais substânciais apresentadas durante o Diálogos Brasil Audiovisual, em Belém. A proposta entregue, segue abaixo conforme foi enviada a SAV.



Resultado Diálogos Brasil – Edição Belém
13 de junho de 2011

Prezada Secretária Ana Paula Santana,
Antes de tudo, a ABDeC-Pa registra oficialmente seu agradecimento em atender ao pedido desta entidade, realizando em Belém a 2ª etapa do Diálogos Audiovisual Brasil. Saiba que estamos saindo satisfeitos deste encontro que realmente nos proporcionou diálogo com toda a extensão desta palavra.

Assim, é também em nome dos realizadores, produtores e técnicos audiovisuais presentes neste encontro, que a ABDeC-Pa vem apresentar formalmente suas colocações feitas na manhã deste dia 13, levando também em consideração as principais pontuações.

É consenso afirmar que todos os projetos e propostas apresentados para a região, têm como premissa o Custo Amazônico, observando as diferenças, principalmente geográficas, estruturais e culturais, como o alto custo de serviços em relação a outras regiões do Brasil e despesas que não podem ser comprovados em nota fiscal, devido ausência do poder público municipal na regularização da prestação de serviços, aliados a distância dos grandes centros e isolamento geográfico que aumentam as despesas com a produção.

A partir disso acreditamos principalmente que alguns pontos são de essencial importância e por isso propomos:

1 – A criação do Centro Audiovisual da Amazônia – CAAM – com localização na cidade de Belém, desmembrando o atual atrelamento dos estados da região Norte ao CANNE devido aos avanços já atestados na cidade, como a implantação do curso de Cinema na Universidade Federal do Pará, e o modelo de sucesso do Núcleo de Produção Digital - NPD alojado no Instituto de Artes do Pará – IAP.

Sabemos que a implantação do Centro como estamos propondo é um projeto de médio prazo, mas temos plena convicção da necessidade de sua criação, devido ao distanciamento de Pernambuco. Além disso, é preciso que haja a compreensão da dimensão continental das regiões Norte e Nordeste, e que só este argumento já bastaria para entender que não há como um único Centro Audiovisual atender aos 09 estados do Nordeste e mais 07 do Norte. 

Assim nos disponibilizamos em colaborar nessa construção, fazendo o levantamento das especificidades regionais e demais necessidades para sua implantação.

Acreditamos que a criação do CAAM vem ainda fomentar o sucesso de programas como o NPD em seu fortalecimento e ampliação para as cidades do interior dos estados, com ações integradas com Pontos de Cultura e Cineclubles regularizados, conseguindo desta forma, atender além dos centros metropolitanos, comunidades tradicionais como os ribeirinhos, indígenas e quilombolas.

2 – A formulação de uma rubrica específica para atender projetos e demandas das entidades reconhecidamente representativas do setor audiovisual, como as ABDs, entre outras. Sabemos que essas associações são responsáveis por grande parte dos avanços das políticas públicas conseguidas no setor, e assim entendemos que para maior contribuição e até mesmo manutenção desses órgãos é necessária a criação de programas de linhas de crédito, e financiamento de projetos capitaneados por associações historicamente empenhadas e comprometidas com o fomento do cinema e audiovisual brasileiro, iniciando o processo de fortalecimento de toda cadeia econômica audiovisual da região.

Citamos como um exemplo possível, os moldes das políticas públicas para manutenção de companhias nas artes cênicas, no nosso caso, articulando esses projetos a linhas de créditos com instituições como o Basa, Sudam, Caixa Econômica Federal e outros. Acreditamos que dessa forma é possível iniciar um processo de comprometimento e sustentabilidade.

3 - Inclusão de cineclubes na proposta de construção das praças do PAC em todas as regiões e que acreditamos, ser prioritárias às produções independentes brasileiras de todas as regiões.

4 – Apoio ao projeto da Incubadora de Empreendimentos Culturais do Instituto de Artes da UFPa, para incentivo da produção audiovisual no curso de cinema da UFPa, tendo como um dos projetos principais a empresa júnior de cinema, iniciando assim o amadurecimento do mercado da economia da cultura local.

5 – Contingenciar as empresas instaladas na região Norte que financiem exclusivamente os projetos culturais desta região, condicionando-as ao conceito de responsabilidade cultural.

6 – Resgate de memória de todos os atores da região amazônica, com levantamento do processo de produção em cinema, assim como do movimento cineclubista da região, com incorporação deste registro no site do MinC.

7 – Ampliação do processo de editais para além do sistema on line (internet aos moldes do Salic Web), em virtude da ausência do sistema de banda larga na região Norte; assim como a comunicação desses editais que deve ser feita não apenas pela internet, mas também pelos meios de comunicação de massa tradicionais, penetrando assim nas comunidades sem acesso à rede, mas que possuem demanda de realização audiovisual.

8 - Necessidade de editais específicos para o audiovisual na região amazônica, com disposição de rubricas maiores, flexibilização na prestação de contas para produções das regiões de difícil acesso, e realização de parcerias entre Governo federal, estadual e municipal na realização em audiovisual, estendendo o custo amazônico para estes editais.

Além das propostas elencadas acima, apontamos ainda as seguintes situações colocadas pelos diversos participantes presentes durante o Diálogo Audiovisual em Belém.

* Parceria do Ministério da Cultura para o fortalecimento do curso de cinema já existente na Universidade Federal do Pará, em parceria com o Sebrae;

* Mapeamento da cadeia produtiva (realizadores, gestores, produtoras, cineclubes e etc.);

* Reinstalação da Film Comission no Pará, através de licitação pública para produtoras e/ou distribuidoras locais;

* Elencar as estratégias para a implantação do conceito “custo amazônico” na região;

* Estratégia de políticas culturais com as embaixadas brasileiras e publicação de seus resultados.
Assim, mais uma vez ressaltamos nossa satisfação com sua vinda à Belém, e nos colocamos a disposição para colaborar neste caminho da sustentabilidade do cinema e inseri-lo substancialmente na economia da cultura.

No mais, nos subscrevemos cordialmente e atenciosamente,

Afonso Gallindo – Documentarista / Diretor de Regionalização ABD Nacional
Dani Franco - Jornalista e Produtora Audiovisual / Presidente ABDeC-Pa
Edmir Amanajás – Ator e diretor / Coordenador de Redes ABDeC-Pa
Emília Borges – Jornalista e Produtora Audiovisual / Representante da ABDeC-AP/MIS-AP e FIM