domingo, julho 15, 2007

I Encontro das ABDs Norte - Memória

Esta tem a finalidade de informa-los sobre os temas propostos e as discussões propostas no I Encontro das ABDs Norte organizado pela ABDeC Pará. Infelizmente, por problemas internos e profissionais, algumas diretorias do Norte não participaram do encontro, mas já enviamos a memória das reuniões com as propostas e colocações da mesma.
Antes de tudo, torna-se importante valorizar os parceiros que possibilitaram este primeiro momento de organização. As passagens foram fornecidas pela SAV, que nos deixou felizes pela sensibilidade e atenção de toda sua equipe a nós e ao encontro. A Regional Norte, interlocutora sempre presente e que possibilitou a aproximação desta ABD com a Secretaria de Audiovisual. Ao Festival de Cinema de Belém e ao Instituo AmazÔnia Imaginária, pelas hospedagens, alimentação transporte e logística para o encontro.
O mesmo se deu nos dias 05 e 06 de julho, dentro da programação do Festival, em sala cedida pelo mesmo no Hilton Belém, dentro da estrutura do Festival. Estavam presentes ABDeC Pará (Afonso Gallindo, Suelene Pavão e Indaia Freire), ABD AM (Francisca Filho - Chicão), ABD AP (José Amoras e Zezão, presidente e vice, respectivamente), ABD RO (Carlos Levy, representando o presidente), ABD Nacional (Solange Lima, diretora de regionalização) STIC Pará (Suelene Pavão) e a recém formada APCA (Associação Paraense de Cinema de Animação, sendo representante Paulo Emmanuel), juntamente com realizadores e técnicos.
Iniciamos a reunião trazendo a pauta sugerida anteriormente por e-mail e aprovada para a mesa.
Por sugestão do presidente da ABD RR (por telefone) o tema regionalização foi o tema inicial.
Trazido então pela companheira Solange, neste momento, a importância do retorno do Censo visando a coleta de informações necessárias para se desenhar um perfil preciso da região e dos Estados que a compõem, disponibilizando as mesmas na internet e tendo assim maior “vitrine” de nossa produção para o Brasil e o exterior. Também colocada como proposta a reunião com os governadores do Norte, ação esta visa prioritariamente, a criação de um fundo com o objetivo de termos edital de produção para a região Norte. Este encontro já está sendo articulado pelo Nordeste. Ele se daria com apoio de empresas de grande porte fixadas na região e beneficiadas com a renúncia fiscal cedida pelos respectivos Estados. Ficou fechado amadurecermos para esta proposta com todas as ABDs Norte.
Também relatada a experiência da Bahia, Estado da diretora de regionalização, com relação a produções externas patrocinadas pelo mesmo. A proposta da participação de produtora local em regime de co-produção, para que a verba empregada na produção fique no Estado, isso fora a cota para técnicos locais, visando a qualificação e/ou reciclagem dos mesmos.
A sindicalização foi o tema sequinte. No Pará temos a Delegacia Sindical do STIC e sua delegada fez a devida apresentação. Na ocasião a ABD AM relatou sua experiência, bastante negativa, a respeito deste sindicato. Como inicialmente foi colocado pela ABDeC Pará, a intensão de implantar o sindicato se restringe a necessidade de dar início a profissionalização e fortalecimento do mercado, buscando mais respeito e justo pagamento dos técnicos locais não só para produções externas, mas nas produções brasileiras e locias também. Feita as ponderações, ficou definido que buscariamos esclarecimentos junto a nova diretoria do STIC a respeito do que nos foi colocado e, proposto a criação de um sindicato amazônico, que propomos discutir de maneira aberta.
A reciclagem e formação de mão-de-obra qualificada foi o tema sequinte. A ausência de escolas ou cursos voltados para o audiovisual em nossa região é um fator que preocupa muito. Os Núcleos de Produção Digital (NPD) seriam a saída em curto prazo, pela verba destinada aos cursos. No Pará, pela participação da ABDeC no comitê gestor, tivemos este cuidado. Mas a percepção de que existe a necessidade de buscarmos mecanismos de médio e longo prazo foi pauta também. Carecemos de um CTAV ou mesmo dois. Nossa região é imensa e o deslocamento de equipamentos é um fator complicador. Foi sugerido então o pleito de dois CTAV’s, um para a Amazônia Oriental e outro para a Amazônia Ocidental. Isto facilitaria o rodízio e agilizaria o acesso por todos, já que seriam cobertos menos Estados por cada unidade, mas com distâncias significativas.
Levantado também a mudança na opção do suporte, havendo uma migração real para captação em vídeo e finalização voltada para transfer, resultanto então na película.
Ressaltada também foi a importância dos pontos de cultura e os pontões. Isso possibilitaria acesso a equipamento a mais pessoas.
A questão ANCINE também foi levantada. Onde esta sendo aplicado em nossa região o imposto recolhido foi a questão. Em publicidade a arrecadação é grande e existem produtoras que burlam a lei, enviando vídeos diferentes com o mesmo registro. A ausência de fiscalização em nossa região é séria. Também a dificuldade de informações é grande a respeito do cadastro de obras e liberação das mesmas. A proposta colocada seria uma delegacia no Norte. Solange sugeriu denúncia sobre as produtoras que burlam a determinação da ANCINE. O imposto arrecadado e seu possível retorno na forma de benefícios/incentivo para a região também foi pauta.
A memória foi o tema final do encontro. A importância de finalizarmos o Censo proposto pela Nacional, preenchendo as fichas e assim visualisarmos o perfil de nossa região é o caminho para divulgarmos nossos contéudos e realizadores. O fortalecimento de Museus e Fundações voltadas para a preservação e conservação da memória são importantes, na criação de reservas técnicas mais eficientes, disponibilizando assim mecanismos de acesso pela população a trabalhos realizados por nossos associados em toda a região. Sugerido também convênio do MIS, das regiões que possuirem, com a cinemoteca visando o fortalecimento dos mesmos.
Ficou definido então que haveria o informe do conteúdo da reunião as ABDs que não estavam presentes, buscando “de acordo” aos temas discutidos e possivéis sugestões para enriquece-los. Será estruturada uma lista para as ABDs Norte, visando a continuação da discussão e que culminaria em Manaus, onde se daria as conclusão e dariamos os encaminhamentos necessários tanto internamente quanto na esfera nacional (União e ABD Nacional).
O presidente da ABD AM (Chicão) se encarregou de formatar a lista e disponibiliza-la para todos os presidentes do Norte para darmos continuidade as discussões. Este documento, juntamente com uma mostra da produção do Norte do país seria apresentada em Brasília, culminado com a entrega do documento pelas ABDs Norte e Nacional.

Algumas considerações pertinentes:
Nos cabe pleitear, cobrar e fiscalizar os mecanismos para viabilizar nossas produções.
Na reunião foi colocado pelo realizador paraensel Luiz Arnaldo Campos a importância da conciência de que somos e estamos na Amazônia, isso vale refletirmos.
Além das dificuldades, algumas comuns e outras particulares que enfrentamos na região Norte, fica como lição que precisamos nos fortalecer, conhecer nossas produções, nossos profissionais, nossa gente.
Históricamente, somos espectadores deste “set”. Geograficamente, estamos distantes demais até de nós mesmos e isso dificulta a troca de experiências.

Nos profissionalizar, valorizar nossos realizadores e técnicos, nossa história e nossa produção será a prova que podemos somar neste “roteiro” e assim fazermos parte não por sermos “do norte”, mas porque temos talento e competência para tal.