quinta-feira, agosto 23, 2012

Política e audiovisual com Claudio Assis em Belém

O premiado diretor de “A Febre do Rato” chega a Belém neste final de semana. No sábado, 25, das 19h às 22h, ele estará no Centro Cultural SESC Boulevard (2º andar, acima do auditório), ele participa de um encontro para discutir políticas e ações para a produção audiovisual nas regiões Norte e Nordeste, iniciativa da nova diretoria da Associação de Documentarista e Curtamentragistas do Pará – ABDeC, com apoio do Sesc Boulevard.  Entrada franca. No domingo, ele estará no Cine Estação e Secult-PA, para bater um papo com o público após a sessão das 10h, de seu mais novo filme, "A Febre do Rato", em cartaz no Cine Estação, realização em conjunto com a Secretaria de Estado de Cultura. 

Empossada em assembleia realizada no primeiro semestre do ano, no Instituto de Artes do Pará, a diretoria como presidente o ator, diretor e roteirista Adriano Barroso, a produtora Luiza Bastos, como Vice Presidente, a jornalista Lorenna Montenegro, na Diretoria Financeira, a atriz Ivony Figueredo, como Secretária Executiva, o produtor e realizador Ocimar Falcão, como Diretor Executivo e a jornalista e documentarista Luciana Medeiros, na Comunicação.

Cláudio Assis é o atual presidente da APCNN (Associação de Produtores de Cinema do Norte e Nordeste), que tem como vice-presidente, o paraense Afonso Gallindo, atual coordenador do Núcleo de Produção Digital do Pará, instalado no IAP, e que também estará presente no encontro de sábado. 

No último dia 10 de agosto, participando do Festival de Cinema de Triunfo, Cine Teatro Guarany, no Rio Grande do Sul, Cláudio Assis falou sobre a necessidade de participação dos realizadores na construção de uma política pública que atenda às demandas dos atores culturais. Esta será um das pautas deste encontro no Sesc Boulevard, que contará com a exibição de um VT que mostrará um pouco do que vem sendo produzido no Pará. 

A Febre do Rato
“Será um momento oportuno para todos que trabalham com cinema no Pará se manifestem e queriam tirar dúvida e também apoiar e atuar na busca de novas políticas e também pela regularização da profissão no Pará”, diz Adriano Barroso. 

No final do ano passado, o cinema paraense foi destaque de uma importante revista do setor cultural brasileiro (Bravo!), que abordou o novo olhar dos cineastas paraenses usando como exemplo filmes recentemente premiados em festivais nacionais, como Matinta, Mãos de Outubro e Ribeirinhos do Asfalto, que será agora em setembro um dos filmes que abrirá o Festival do Cinema Brasileiro de Londres. 

O Pará tem se tornado cada vez mais a bola da vez no cenário cinematográfico brasileiro. Além das produções locais de vídeos, curtas, médias e documentários, há equipes vindas de fora para filmar longas metragens, como “Eu receberia as piores noticias de seus lindos lábios”, de Beto Brant, feito em Santarém (2010). 

Entre as novidades ainda para este ano, está a volta da produção do “Serra Pelada”, de Heitor Dhalia, que será rodado em Belém, a partir de outubro, assim como o filme sobre a trajetória de Joelma e Chimbinha com a banda Kalipso (Globo Filme e Vira Lata Produções), com direção de Caco Souza e “Órfãos do El Dourado” (Matizar), com direção de Guilherme Coelho. 

“Nunca foi tão necessária a atuação de entidades que protejam os direitos dos trabalhadores de cinema no Pará. Em Belém já somos muitos profissionais que vivemos tão somente deste ofício e há mais gente que começa a fazer isso também em outros municípios paraenses”, diz o ator Adriano Barroso.

Além da ABDeC, há outra instituição responsável em lutar pelos diretos da categoria. 

O Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual - STIC, que também possui representação no Pará, tendo à frente a cineasta Sue Pavão. De acordo com Adriano, a ABDeC vai trabalhar em conjunto com o STIC e muitos outros parceiros para obter melhores resultados e ir em busca do que interessa aos cineastas, técnicos, roteiristas e demais profissionais que atuam com cinema aqui. 

"Precisamos sentar com o Governo do Estado e do Município também para propor algo nessa área, que tenha continuidade futura; precisamos discutir e definir piso salarial e outras conquistas trabalhistas legais. Então, há um coro aqui fora gritando ‘tá na hora’ e precisamos nos posicionar, arregaçar as mangas, ir para as ruas, nos fazer presentes e respeitados”, reforça Adriano. 

A presidente do STIC no Pará, Sue Pavão, também reconhece que as duas entidades devem trabalhar juntas e se dispõe a acompanhar as ações da ABDeC, buscando o fortalecimento também do sindicato e já propõe uma ação para conscientizar e filiar os interessados. Ela deve participar também do encontro, a fim de esclarecer a todos o processo de sindicatlização. 

“Já discutimos e estamos planejando diversas ações para filiações, refiliações e quitações de débitos, além de estarmos prestes a receber aqui a carteirinha nacional da ABDeC. Dentre os vários desafios que me julgo pronto para enfrentar há um que elegi como o maior, congregar verdadeiramente nossos abedistas em reuniões presenciais para que juntos possamos ouvir os anseios um dos outros e, ainda, juntos, possamos dar os passos necessários para o maior fortalecimento da entidade e de nossos ofícios”, continua Barroso.

A participação da ABDeC-Pa em encontros regionais e nacionais também será feita de forma mais intensa a fim de trazer novos parceiros, novas produções e acompanhar o que se discute nacionalmente no setor audiovisual. Por isso é que a entidade convida a todos para o encontro deste sábado, quando também serão anunciadas as próximas suas ações, como o I Bagacine, que será realizado uma vez por mês como espaço  de aproximação entre os realizadores paraenses. A primeira assembleia geral, onde serão expostas a metas da nova diretoria, também já está sendo organizada. 

“Esta será a oportunidade para conhecer melhor a ABDeC ou retornar a ela, caso tenha se afastado por algum tempo, conhecê-la e voltar com toda força para nossas lutas em prol do cinema paraense. Estamos crescendo e hoje além dos profissionais, um curso superior que está formando gente nova. Por tudo isso, precisamos nos organizar, só assim seremos tratados como verdadeiros profissionais do audiovisual”, finaliza o presdiente.

Serviço
Um panorama da produção e políticas do audiovisual nas regiões Norte e Nordeste. Encontro com Cláudio Assis, a nova diretoria da ABdeC-PA, STIC e realizadores paraenses. Neste sábado, 25, de agosto, das 19h às 22h, no 2º andar do Sesc Boulevard (Av. Castilhos França, em frente à estação das Docas). Entrada franca. Realização ABDeC-PA e Sesc Boulevard. No domingo, 26, o longa “A Febre do Rato” será exibido no Cine Estação, e logo após haverá bate papo com o diretor. Realização Cine Estação, Secult-PA.