segunda-feira, outubro 11, 2010

Cine Clube Pedro Veriano vai ao bairro do Guamá


Em homenagem ao dia das crianças, a programação do Cine Clube Pedro Veriano vai para o bairro do Guamá levando 07 animações brasileiras.


Nesta terça-feira, excepcionalmente o Cine Clube Pedro Veriano leva sua tela para a sede do Bole Bole, no bairro do Guamá. Na programação estão os 07 curtas infantis do Programa 01 da Programadora Brasil.

Feitas em diversas técnicas e condições formam interessante panorama da produção no gênero. Os trabalhos que abrem e encerram o programa, justamente os mais recentes, são frutos do edital infanto-juvenil do Ministério da Cultura, o Curta Criança.

Vejam a crítica:

Produções que levam a sério o público infantil

Rodrigo Grota

Mesmo não se configurando uma definitiva síntese da animação brasileira dos últimos anos, o programa Curtas Infantis 1 aponta as virtudes e singularidades de nossa cinematografia dirigida para o público infantil. O DVD reúne três produções de São Paulo, duas do Rio, um curta gaúcho e uma animação do Ceará.

Na animação paulista Disfarce Explosivo (2000), de Mário Galindo, há um clima próximo às situações cômicas que Mazzaropi ambientava no meio rural brasileiro. Tecnicamente bem produzido, o filme remete à animação "A Fuga das Galinhas", preservando um humor que, às vezes, soa ingênuo.

Em O Tamanho que não Cai bem (2001) vemos um ótimo resultado de uma oficina realizada com crianças de uma escola de Porto Alegre. Esta animação tem na ingenuidade e no aspecto lúdico suas maiores forças. Outra qualidade: os desenhos dos personagens se alternam em alguns momentos, criando uma espécie de fluxo interno proporcional à transitoriedade da vida.

Isabel e o Cachorro Flautista (2004), de Christian Saghaard, mistura imagens em 35mm e desenhos animados. Sob um tom de fábula, o espectador mergulha em um universo fantástico com certa facilidade, graças à interpretação singela da estreante Júlia Freitas. O filme tem na inocência sua principal virtude.

Uma das animações brasileiras mais premiadas nos últimos anos, Historietas Assombradas (para crianças malcriadas) (2005), de Victor-Hugo Borges, é composta por três histórias livremente adaptadas do folclore brasileiro. Produzido com uma técnica mista, o curta apresenta uma fluidez narrativa encantadora, fortalecida pela voz sóbria de Mirian Muniz. Com uma estética próxima aos filmes de Tim Burton, trata-se de um ótimo exemplo de como apresentar temas de nossa cultura sob uma narrativa dinâmica e não-didática.

Em Alma Carioca: um Choro de Menino... (2002), de William Côgo, além da trilha sonora impecável, há também a evocação de um Rio nostálgico, sem a violência e a pobreza dos dias atuais. O excessivo idealismo, porém, se revela um mecanismo didático, ignorando contradições e controvérsias tão naturais a uma narrativa dramática.

Produzido pela TVE Brasil, Mitos do Mondo: Como Surgiu a Noite (2005), de Andrés Lieban, unifica as diversas raízes que formam o que se poderia chamar de "civilização brasileira". A animação tem como principal mérito apresentar a cultura indígena de forma não-depreciativa, ainda que, em alguns momentos, o conteúdo se revele um tanto caricato.

O Nordestino e o Toque de sua Lamparina (1998), de Ítalo
Maia, foi produzido pelo Núcleo de Animação da Casa Amarela, no Ceará. Mostra o inusitado encontro de um sertanejo e um daqueles gênios típicos das histórias contadas no lendário ?As Mil e Uma Noites?. Com um toque de humor, e trilha sonora adequada, o filme oferece um tratamento mais lúdico a um tema tão associado às mazelas sociais.

Serviço:
Cine Clube Pedro Veriano em homenagem ao Dia das Crianças, na sede do Bole Bole, passagem pedreirinha,s/n no bairro do Guamá, às 18h30, com entrada franca.

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