domingo, maio 04, 2008

Políticas Públicas para o audiovisual

As Políticas Públicas para o audiovisual foi tema de um debate na tarde deste sábado (03) durante programação do “Cinema Falado” do Festival América do Sul.
O ator e cineasta Marco Ricca que deve começar a filmar o longa-metragem “Cabeça a Prêmio” com locações em Campo Grande, Corumbá e Bolívia no mês de agosto, ressaltou que o grande problema do cinema brasileiro atualmente é a distribuição.
Segundo ele as distribuidoras tomaram conta do país e as produções nacionais não chegam aos cinemas. Para tentar solucionar a questão Ricca defendeu a formação de cooperativas de distribuição e anunciou que ele mesmo irá fazê-lo, “se nos rendermos a uma destas multinacionais ficamos sem o domínio neste ponto a legislação é falha e não somos contemplados”.

Discussões

O Festival encerra amanhã.
As discussões sobre cinema neste sábado aconteceram após a exibição do filme “A Via Láctea”. Participaram do debate o ator e diretor Marco Ricca, Candido Alberto da Fonseca (Presidente da Associação de Cinema e Vídeo de MS e da Associação Brasileira de Documentaristas), o jovem cineasta Leonardo Coutinho (Concreto), o produtor Luis Carlos Borges (idealizador do Festival de Cinema de Cuiabá - MT) e Glória Albues (Nó de Rosas).
Em sua exposição Cândido Alberto defendeu a concretização de uma lei para o audiovisual que contemple a formação profissional técnica, divulgação e principalmente distribuição das produções. “Queremos produzir filmes como se fosse parte da cadeia produtiva do audiovisual sem o paternalismo do Estado”, declarou. Ele destacou a inclusão de 1% do orçamento do município de Campo Grande para a cultura como uma das últimas conquistas. Fonseca reforçou que os cineastas brasileiros têm que deixar de ser vistos como amadores, mas sim como profissionais, pois só assim poderão se firmar de fato no mercado. “A nossa preocupação é que o cinema brasileiro seja visto, mas que se pague”.
O escritor e produtor Luis Carlos Borges que lançou nesta manhã durante o Quebra Torto com Letras o livro “Memória e Mito do Cinema de Mato Grosso” afirmou que as leis de incentivo à cultura foram criadas, mas não se tem acesso aos recursos, exemplificando a dificuldade em se captar verbas em seu Estado, “o modelo que temos hoje tem uma estrutura anacrônica e não funciona a contento em todo o território nacional, precisamos contemplar as demandas regionais”, frisou. Segundo Borges é necessário criar mecanismos para integrar a região centro Oeste para as produções locais circular Sem estereótipos. Glória Albues reforçou a importância de se olhar para os países vizinhos como uma ponte para novos conceitos e idéias. Ela relatou a experiência que teve recentemente na Bolívia onde gravava um longa-metragem e lembrou que o seu diretor fotográfico era boliviano e muito competente, “precisamos não continuar a reproduzir aquilo que fazem com a gente, especialmente com nossos vizinhos”. Na opinião da cineasta é urgente mudar o tratamento em relação às produções de Estados fora dos grandes centros, “há dez anos somos tratados como regionais, sempre esperam uma produção exótica, diferente que perpassa pelo folclórico, queremos nos expressar de outras formas também”, salientou. Para Albues é necessário acabar com os estereótipos, pois isso pesa na hora dos projetos da área ser aprovados.

(MidiaMaxNews)

E-mail enviado por Beto Leão

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